Guia Técnico

Alvenaria Estrutural

Enquanto os processos tradicionais de construção envolvem o cumprimento de etapas que, além de mais tempo, exigem a utilização de um número maior de materiais, o sistema construtivo Estrutural Selecta fornece soluções rápidas e práticas que reduzem significativamente os custos finais da construção, evitando desperdício de material e mão-de-obra.

Alvenaria estrutural

A alvenaria estrutural é um sistema construtivo racional, portanto mais econômico que os sistemas construtivos tradicionais. A alvenaria estrutural é apropriada, sobretudo, para edifícios em que o pavimento seja subdividido em cômodos cujas dimensões quem em torno de 4 a 5m. Vãos moderados não permitem que se desenvolva excessivas concentrações de cargas verticais, que, caso ultrapassem a capacidade de carga da parede, levam o projetista de estruturas a reforçá-las, lançando mão do uso de grautes nestes locais.

O equilíbrio entre as orientações das paredes, nas direções principais do edifício, deve compor um arranjo de tal maneira que se obtenha, de um lado, o melhor desempenho da estrutura e, de outro, o desenvolvimento adequado da resistência aos esforços horizontais em ambas as direções.

Alvenaria, argamassa, graute e prisma

A Alvenaria

A alvenaria pode ser definida como um componente complexo constituído por blocos unidos entre si por juntas de argamassa, formando um conjunto rígido e coeso. Além das funções da alvenaria de vedação, como conforto térmico e acústico, estanqueidade, resistência ao fogo, durabilidade a alvenaria estrutural tem a função de absorver e transmitir ao solo ou a estrutura de transição, todos os esforços a que o edifício possa vir a ser submetido.

A Argamassa

Na Alvenaria estrutural a argamassa tem função de ligação entre os blocos, uniformizando os apoios entre eles. Tradicionalmente a argamassa para assentamento é composta de cimento, cal e areia.
Argamassas mais fortes (só de cimento e areia) não são recomendadas, pois são muito rígidas e têm baixa capacidade de absorver deformações. Em contrapartida, argamassas muito fracas (só de cal e areia, por exemplo) tem resistência à compressão e aderência muito baixas, prejudicando a resistência da parede.
A resistência à compressão da argamassa deve ser próxima a 70% da resistência do bloco utilizado.

O Graute

O Graute é um concreto com agregado fino e alta plasticidade. É utilizado para preencher vazios dos blocos em pontos onde se quer aumentar a resistência localizada da alvenaria e também preenchimento das canaletas.
O Graute é composto de cimento, areia e pedrisco, possui alta fluidez com slump entre 20 e 28cm, e por isso alta relação entre água/cimento, podendo chegar até 0.9. Para garantir a fluidez e plasticidade do graute e também diminuir sua retração, é aconselhável a utilização de cal até o volume máximo de 10% do volume de cimento.
O ideal é que a resistência da parede grauteada seja prevista a partir de resultados de ensaios de prismas. Sugere-se adotar eficiência de 60% e traço com resistência igual ao do bloco na área líquida.

O Prisma

O Prisma é o corpo de prova da alvenaria. Obtido pela superposição de blocos, unidos por juntas de argamassa grauteados ou não. Assim como o corpo de prova cilíndrico é utilizado para controle de obras de concreto, o prisma de dois blocos é utilizado para controle de obras em alvenaria estrutural.

Projeto de alvenaria estrutural

O projeto de produção de alvenaria, resultado da compatibilização dos projetos de arquitetura, estrutura, instalações e técnicas construtivas, reúnem as informações necessárias para que a equipe de produção o utilize como ordem de serviço. O seu conteúdo deve completar todos os serviços que serão executados simultaneamente à elevação da alvenaria.

Documentação de projeto

O projeto deve apresentar desenhos técnicos contendo plantas das adas diferenciadas, exceto na altura das aberturas, e as elevações de todas as paredes. Em casos especiais de elementos longo repetitivos (como muros, por exemplo), plantas e elevações podem ser representadas parcialmente. Sempre que presentes devem ser apresentados: localização dos pontos grauteados e armaduras, detalhes da amarração das paredes e posicionamento das juntas de controle e de dilatação. As especificações de projeto devem conter as resistências características dos primas e dos grautes, as classes das argamassas, assim como a categoria, classe e bitola de aços a serem adotados. Também podem ser apresentados os valores de resistência sugeridos para os blocos de forma que as resistências de prisma especificadas sejam atingidas.

A Modulação

A modulação da alvenaria é o acerto das dimensões em planta e do pé direito da edificação, em função das dimensões dos blocos, de modo a se evitar cortes ou ajustes na execução das paredes.
No caso das dimensões do projeto arquitetônico não serem modulares, quanto menor o módulo utilizado mais fácil será o ajuste necessário. Portanto as dimensões múltiplas de 15 cm são as mais adequadas.
Por meio da técnica de coordenação modular, conseguimos evitar vários trabalhos de ajuste no canteiro, que representariam perda de tempo, material e mão de obra. O arquiteto, deve escolher o módulo básico de 1 5cm ou 20cm e trabalhar com o conceito de módulo desde o estágio inicial da concepção. Desta forma, as medidas internas serão sempre múltiplos de (1 5cm ou 20cm) + 1cm.

Modulação horizontal: Linha modulação 15

A família de Blocos Cerâmicos Selecta Modulação 15 é formada de três componentes básicos: os Blocos BE30, BE1 5 e BE45.
Seguindo uma lei de formação das medidas dos cômodos, múltiplas de 1 5 cm, a alvenaria será projetada a partir de apenas duas fiadas, que estarão 100% amarradas.
Na amarração destaca-se o papel fundamental desempenhado pelo bloco BE45. Com isso, eliminam-se as ligações executadas com grampos e, desse modo, também se reduz consideravelmente a necessidade de utilização de grautes verticais, que poderão até, em alguns casos, ser totalmente eliminados. Aos três Blocos básicos somam-se quatro componentes complementares: As canaletas, canaletas compensadoras, canaletas jota e Bloco de ajuste. Eles resolvem, por exemplo, os problemas da relação da alvenaria com a aplicação de esquadrias e com a construção de lajes.
As incompatibilidades entre as aberturas nas alvenarias destinadas a portas e janelas desaparecem com a introdução dos blocos de ajuste BC 14/4 e BE 20.

Primeira Fiada

Devemos ter uma planta já com as medidas moldulares, sem que no entanto, os Blocos tenham sido lançados. As medidas internas serão múltiplos de 15cm + 1cm.

A partir desta planta, inicia-se a distribuição dos blocos da primeira fiada, tomando-se como base uma extremidade. Segue-se desenhando sucessivamente módulos de 29cm + 1 cm de junta até os encontros de paredes, onde deverão ser observadas as amarrações – padrão. Deve-se seguir até o fechamento total externo da edificação.

Em algumas situações será necessário utilizar o bloco BE45 fora da zona de amarração.

Um dos padrões mais comuns na construção de edifícios é o que emprega quatro apartamentos por pavimento. Nesse caso, assim como em muitos outros, deve-se começar fazendo a modulação de um dos apartamentos. Uma vez que esta planta esteja completamente modulada, basta então rebatê-la em função de seus eixos de simetria e completar a modulação das paredes restantes, hall comum, escada e elevadores. Esta planta será utilizada na etapa da obra denominada “marcação” da alvenaria e tem como principal finalidade fornecer dados para a execução da primeira ada de blocos. Esta planta também é imprescindível na elaboração das plantas de elevação de paredes. Elaborada em escala 1:50, a planta deve conter as seguintes informações:

  • Modulação de blocos da primeira ada de todas as paredes
  • Vãos de portas com medidas apenas das espaletas e dos vãos
  • Identi cação das paredes
  • Janelas, quadros de luz e outros vãos contidos nas paredes, não devem aparecer representados sobre elas, para que não se confundam com as linhas de distribuição dos blocos.
  • Os vãos devem ser identi cados e contados a partir de apenas uma das paredes laterais.
  • Locação dos Shafts
    Identificação das paredes de vedação, quando existirem
  • Medidas para locação das paredes (bloco estratégicos) devem ter como origem o canto mais próximo e progressivamente, caminhar acumulando os subtotais em direção ao centro, tanto no sentido horizontal quanto no vertical, ou em relação aos eixos principais de referência.
  • Localização dos furos grauteados e indicação de armaduras, quando houver
  • Diagonais do pavimento em escala reduzida para conferência de esquadro.
  • Blocos estratégicos destacados
  • Legenda de blocos com desenhos das peças em perspectiva e com suas dimensões, suas representações em planta e sua denominações de forma que um operário possa facilmente identi cá-los.
  •  Quantitativos de todas as paredes
  • Detalhes em escalas apropriadas para os encontros especiais de paredes.

Segunda Fiada

Para obter esta planta, basta descolar toda a distribuição de blocos em 15cm, no sentido e na sequência de como foi elaborada a planta de primeira ada, tomando-se os devidos cuidados nas amarrações – padrão. É recomendável o seu lançamento como forma de conferir a modulação. Esse procedimento auxilia também no detalhamento das elevações das paredes.

A amarração efetiva das paredes é um ponto determinante na execução da alvenaria. Com a utilização dos blocos BE15, BE30 e BE45, garante-se o intertravamento das unidades de alvenaria de forma simples e lógica, em todas as situações. Isto é, uma sequência padronizada que representa a disposição dos blocos para cada uma das amarrações mais comuns, e também sua disposição em duas fiadas (fiadas pares e fiadas ímpares).

 

 

Modulação horizontal: Linha modulação 20

Esse tipo de modulação é também bastante utilizado, mas tem o inconveniente do comprimento não ser proporcional à largura do bloco. Para ser possível a amarração direta entre paredes é necessário a utilização dos blocos 14x19x34cm e 14x19x44cm. As dimensões dos cômodos são, na maior parte múltiplas de 20cm, havendo alguns casos em que as dimensões ficam diminuídas de 5cm;

Amarração com ferros em “L” ou com ganchos

A amarração com ferros em “L” ou com ganchos é usada quando o bloco a ser utilizado não permite amarração direta. Os ferros utilizados são do tipo CA-50 e bitola de 5mm; essas amarrações deverão ser feitas alternadamente a cada duas adas, entre as juntas.

Modulação vertical

Há dois tipos de modulação vertical para os Blocos Selecta.

No primeiro caso, as paredes externas e internas terminam com a canaleta “U”. Desta forma a distância piso e teto é trabalhada em múltiplos de 20cm e é necessário o uso de tabeiras para a concretagem das lajes.

A outra opção é o uso das canaletas “J” e canaletas compensadoras, que mantêm a distância piso a piso múltipla de 20cm. Dispensa-se o uso de tabeiras para a concretagem das lajes e podemos trabalhar com lajes acabadas de 12cm, 10cm e 8cm, pois as canaletas “J” tem alturas de 7cm, 9cm e 11cm.

Elevação de paredes

A fim de facilitar o entendimento, representações das vistas frontais das paredes devem ser elaboradas contendo os elementos e seguindo as recomendações listadas a seguir:

  • Escala 1:25 em formato A4;
  • Identificar encontros de paredes;
  • Identificar vergas;
  • Enumerar verticalmente as fiadas;
  • Plantas da primeira fiada das paredes;
  • Caixas elétricas e eletrodutos, com o respectivo dimensionamento;
  • Identifiar as peças especiais (canaletas, jotas e compensadores).

Requisitos iniciais para execução de alvenaria

Execução da alvenaria

Para iniciar o serviço de execução da alvenaria, é preciso que estejam atendidos os seguintes requisitos:

  • Projeto de alvenaria completo
  • Liberação do pavimento
  • Componentes (blocos e outras peças pré-fabricadas)
  • Equipamentos e ferramentas
  • Argamassa para assentamento dos blocos
  • Equipe de produção capacitada
  • Verificação das medidas e esquadros dos pavimento
  • Projeto completo

Constando primeira e segunda fiada, elevação da alvenaria, resistências exigidas para os materiais.

Liberação do pavimento

Quando a edificação de alvenaria estrutural se inicia no térreo o contrapiso deverá encontrar-se concretado. Neste caso e nos casos onde a alvenaria inicia-se em pavimentos de transição, as instalações que caminharão pela alvenaria e os arranques das armaduras verticais, nos pontos indicados no projeto estrutural, também deverão estar locados em suas corretas posições, para que seja feita a liberação do pavimento.

Componentes

No projeto de alvenaria, devem-se encontrar todos os componentes quantificados por pavimento. Desse modo, poderão ser projetadas áreas para armazenar, no canteiro de obras, apenas o “kit” de componentes necessário àquele pavimento, dessa forma, poupa-se espaços de armazenagem ou produção.

Equipamentos e ferramentas

A qualidade da alvenaria depende, em grande parte, das condições que são dadas para sua execução.

Argamassa para Assentamento dos Blocos

A argamassa recomendada para assentamento dos blocos é a argamassa mista de cimento e cal, onde se combina a resistência, dada pelo cimento, com a trabalhabilidade e retenção de água dada pelo cal. As argamassas destinadas ao assentamento devem atender aos requisitos estabelecidos na ABNT NBR 13281.

Traços usuais de argamassa

Traços em volume (cimento, cal e areia) Resistência aproximada aos 28 dias (em obra) MPa
1:1:6 4,5
1:0,6:6 5,8
1:0,6:6 7,5

Os valores da tabela são indicativos e não substituem os ensaios e recomendações do projeto.

Esta capacidade de deformar-se, que a argamassa possui, ajuda na distribuição dos esforços e na vedação. A argamassa pode absorver uma parte destes esforços dissipá-los através de micro- fissuras não prejudiciais à estanqueidade e resistência da parede, fato que não ocorre em argamassas muito rígidas ou com baixo modulo de elasticidade, que dissipam os esforços atuantes mediante macro fissuras que provocam infiltrações e perda de aderência.

Graute

O graute é um micro concreto que serve para preencher as cavidades dos blocos, onde são acomodadas as armaduras verticais e as amarrações das paredes de grampos. Serve também para suprir as deficiências locais da argamassa de assentamento ou dos blocos. Também neste caso os valores constantes da tabela abaixo são indicativos e não substituem os ensaios e recomendações de projeto.

Traços usuais de graute

Traços em volume (cimento, cal, areia e pedrisco Resistência aproximada aos 28 dias (em obra) MPa Consumo de cimento (kg/m3)
1:0.10:2,49:2,72 12,8 270
1:0,10:1,82;1,94 28,2 380

 

Equipe de Produção Capacitada

Apresentar ao grupo de operários o trabalho a ser realizado, enfatizando as vantagens do processo construtivo, apresentar detalhadamente os componentes e projetos.

Execução da alvenaria

A execução da alvenaria compreende dois serviços distintos: a Marcação e Elevação da Alvenaria.

Considerações importantes sobre a Marcação:

Verificação das medidas e esquadros dos pavimentos

Atentar para a colocação da obra no esquadro. No momento de verificar as medidas e o esquadro do pavimento, deverá ser utilizada a planta da primeira fiada.

Para a verificação do esquadro devem-se comparar as medidas das diagonais, que deverão ser idênticas. Para a verificação do esquadro de um determinado canto da edificação deve-se confirmar a relação 3, 4, 5 (medidas em metros).

Cotas acumuladas

As cotas fornecendo a locação de cada “bloco estratégico”, sempre se dão a partir dos cantos extremos (que são as origens das medidas), ou em relação aos eixos principais de referência.

Determinação da referência de nível

Com auxílio de nível laser ou nível alemão, busca-se encontrar o ponto mais alto do pavimento. Nesse ponto, assenta-se um bloco, que passa a ser referencia de nível dos blocos da primeira fiada.

Blocos estratégicos

São os blocos de cantos, blocos de encontro de paredes e blocos determinados das aberturas de portas.

Ferros locados fora da posição correta

Os ferros nunca devem ser entortados. Caso ocorra locação incorreta, eles devem ser retirados e chumbados novamente na posição correta.

Pontos de graute

Nos locais previstos para grauteamento, é necessário a limpeza da argamassa de assentamento que se deposita nas cavidades dos blocos. Para isso devem-se deixar aberturas laterais nos blocos na primeira e oitava ada de blocos.

Componentes para execução do serviço

A m de não obstruir o trabalho de marcação da alvenaria, é importante que não se acumulem blocos no pavimento além da quantidade necessária à execução do serviço.

Sequência de marcação:

  1. Assentar, nivelar e aprumar os blocos estratégicos, conforme a planta de primeira fiada e a referência de nível determinada na etapa de preparação, utilizando-se a linha ou linha com pó colorido para marcar sobre o pavimento a direção das paredes.
  2. Concluir a execução da primeira fiada, assentando os demais blocos. Verificar o nível e alinhamento da primeira ada e também as medidas da locação dos “blocos estratégicos”.

    3. Assentar os escantilhões, fazendo coincidir a primeira marca com o nível da primeira fiada dos blocos.

Elevação da alvenaria

O serviço da elevação da alvenaria inicia-se a partir da execução da segunda fiada. Dependendo da necessidade de mais ou menos detalhes, pode se ou não encontrar a planta de segunda fiada no projeto de alvenaria. De maneira geral, a ausência dessa última planta não compromete a execução da segunda fiada, pois eventuais dúvidas se resolvem com os desenhos de elevações das paredes. Convém lembrar ainda, que nessa etapa já se assentam blocos com caixas elétricas destinadas, entre outros fins, a tomadas e interruptores, cujas posições são indicadas também no desenho de elevação das paredes.

A colocação da argamassa nos blocos pode ser feita de duas maneiras, segundo observação do projetista.

Equipamentos para assentamento dos blocos

Bisnaga para aplicação de argamassa.

Utilizada na aplicação da argamassa de assentamento e preenchimento das juntas verticais. Substitui a tradicional colher de pedreiro.

Palheta para aplicação de argamassa.
Ferramenta construída de madeira, cuja finalidade também é a de aplicar a argamassa de assentamento. Com ela, porém, sé se consegue aplicar argamassa nas paredes longitudinais dos blocos. A aplicação nas paredes transversais deve ser feita com a colher, verificar com o projetista a necessidade da colocação da argamassa nas paredes transversais.

Sequência de elevação da alvenaria:

  1. Assentar blocos até à altura do peitoral das janelas.

Verificar tolerâncias quanto ao prumo, nível, planicidade, alinhamento e espessuras das juntas horizontais e verticais.

3. Posicionar armaduras e executar grauteamento vertical e horizontal.

O lançamento do graute, efetuado após a limpeza do furo, deve ser feito no mínimo após 24 horas do assentamento dos blocos.

A altura máxima de lançamento é de 3m. Recomenda-se, no entanto, lançamento de alturas não superiores a 1,60m com graute auto-adensável.

  1. Assentar blocos até a penúltima fiada e aplicar componentes pré-fabricados de portas.
  2. Concluída a penúltima fiada, verificar tolerâncias quanto ao prumo, nível, planicidade, alinhamento e espessura das juntas horizontais e verticais.
  3. Assentar as canaletas da última fiada, com a opção de uso de Jotas e Compensadoras, de acordo com o especificado no projeto. Nesta canaleta serão passados 2 ferros corridos, fazendo-se o transpasse para garantir amarração das paredes.
  4. Verificar tolerâncias quanto ao prumo, nível, alinhamento das canaletas da última fiada e aplicar as armadrras e grautes.

Cuidados com as aberturas

As aberturas são espaços nos quais as tensões se perturbam e se concentram. Portanto, a quantidade, o tamanho e a posição das aberturas in uenciam diretamente no desempenho da parede com elemento estrutural. É muito importante que o projetista de estruturas receba estas informações, para que seja avaliada a necessidade ou não de reforços, ou mesmo para que se façam alterações em nome do bom desempenho e da economia do projeto. Aqui também os arranjos simétricos devem ser preferidos.

Esquadrias

Os vãos resultantes da utilização de módulos BE15 não são compatíveis com as medidas de portas e janelas padrões de mercado. Os ajustes serão executados utilizando-se os blocos BC 14/4 e BE20.

Portas

Para obter o ajuste do vão horizontal das portas, partimos das seguintes considerações:

  • Modulação na largura
  • Espessura do batente das portas igual a 3,5cm;
  • Fixação dos batentes de madeira com espuma rígida de poliuretano ou aparafusadas;
  • Fixação dos batentes de metálicos com parafusos e buchas;
  • Batentes de madeira: folhas de 62, 72 e 82 cm;
  • Batentes metálicos: folhas de 60, 70 e 80 cm;
  • Folhas de 62cm: parte-se do vão modular de 76 cm, e promove-se o ajuste com os componentes BC 14/4
    e BE20 em um das laterais (situação 1a);
  • Folhas de 62cm: parte-se do vão modular de 76cm, e promove-se o ajuste com os componentes BC 14/4 e BE20 em uma das laterais (situação 1a);
  • Folhas de 60cm: parte-se do vão modular de 76cm, utilizando-se os componentes BC 14/4 e BE20 nas duas laterais (situação 1b);

  • Folhas de 72cm: com vão modular igual a 91cm, os mesmos componentes devem ser usados nas duas paredes laterais (situação 2a);
  • Folhas de 80cm: com vão modular igual a 91cm, usando-se os mesmos componentes em uma das laterais (situação 3b);

Modulação na altura

O ajuste do vão vertical das portas ocorre em função dos revestimentos de piso e do tipo de batente utilizado.
Considera-se a abertura vertical na alvenaria com altura modular de 220cm mais 1cm de junta (221cm).
Como as dimensões dos batentes comerciais não seguem a coordenação modular vertical, aparecerá uma diferença da ordem de 3 a 5cm entre a face superior do batente e a alvenaria. Recomenda-se o uso de réguas de ajuste pré-moldada associadas as canaletas para a execução das vergas das portas.

A régua de ajuste é assentada quando a elevação da alvenaria atingir o nível da altura da porta. Elas podem funcionar como apoio para o assentamento das canaletas da verga, bastando um escoramento provisório no centro do vão.

Pé-direito e escada

A altura do pé-direito deve atender às exigências legais de cada município. As alturas mais usuais (piso a piso) são de 2,8 e 2,6m, medidas que possibilitam a execução da laje – patamar da escada apoiada em canaletas “J” e mantendo a modulação.

Cuidados com as lajes de cobertura

A fim de evitar fissuras nas paredes do último pavimento, provocadas pela movimentação térmica da laje, devem ser adotados os seguintes procedimentos:

  • Divisão das lajes em partes menores.
  • Proteção térmica
  • Ventilação do telhado
  • Isolamento da última laje da parede de apoio com manta asfáltica. Neste caso, as paredes do último andar ficam separadas da laje, de maneira a permitir que a mesma se movimente sobre a parede.

 

Lajes em balanço

Elas devem ser projetadas e executadas como no processo convencional em concreto armado, devendo limitar se a pequenos vãos (de aproximadamente 1,20 m) em função das espessuras das lajes normalmente adotadas, de cerca de 8 a 9 cm. Rebaixo para execução de impermeabilização são também informações imprescindíveis para elaboração do projeto estrutural.

Situações especiais

Devem-se adotar soluções especiais de amarração de paredes nas seguintes situações:

Paredes Removíveis
Pode se elaborar um projeto arquitetônico que permita opções de mudanças futuras, desde que as informações e providências necessárias estejam previstas e explicitadas no manual do proprietário, não deixando nenhuma dúvida quanto a sua execução. Estas paredes serão consideradas como paredes de vedação no cálculo estrutural.Uma vez que paredes removíveis, previstas em projeto, não deverão estar amarradas com as paredes definitivas, deve se nesse caso adotar juntas a prumo com tratamento adequado. Os procedimentos para remoção de tais paredes deverão estar registrados no manual do proprietário.Como os encontros entre Alvenaria estrutural e de vedação não podem ser feitos por amarração direta, independentemente da espessura dos blocos o encontro das alvenarias deverão ser executados aplicando-se telas galvanizadas na argamassa a cada duas fiadas.

 

Peitoris de sacadas em balanço

Quando executadas em alvenaria, os peitoris deverão ser projetados desligados das paredes da fachada.

Paredes em ângulos diferentes de 90

A adoção dessa alternativa deve ser bem avaliada, tendo em vista a necessidade de providências que introduzirão novos procedimentos na execução da alvenaria, tais como grauteamento da região de mudança de ângulo.

Juntas de Dilatação

Devem ser contínuas e verticais para possibilitar movimentos relativos proporcionando completa separação entre dois blocos. Devem ser previstas onde se conhece a máxima variação de temperatura ou a máxima expansão devido à unidade.

Instalações hidráulicas

Não são permitidas passagens de fluídos em paredes de alvenaria estrutural, exceto quando a instalação e manutenção não exigirem cortes. As alternativas para o encaminhamento das tubulações são as seguintes:

Horizontal:

  • Pelas paredes hidráulicas (vedação);
  • Encaminhamento pelo forro, ou junto ao teto ou parede, encobertas por sanca de gesso;

Vertical:

  • Furos verticais dos blocos das paredes hidráulicas (vedação);
  • Tubulações externas protegidas por carenagens;
  • Tubulações em shafts;

Utilização de “Shafts”

Os Shafts são espaços destinados à concentração de prumadas hidro-sanitárias, elétricas e de telefonia. Com adoção deles, consegue se retirar parte significativa, quando não a totalidade das instalações hidro- sanitárias das paredes. A ausência dos shafts e as instalações no interior das paredes obrigam, em muitos casos, a desconsiderar tais paredes como elemento estrutural, ou lançar mão de enchimentos.

A proximidade dos banheiros e da cozinha racionaliza as instalações, diminuindo o npumero de prumadas e de shafts. O Box do banheiro é a localização mais adequada para o shaft de hidráulica

Instalações elétricas

Como regra geral, as tubulações devem caminhar sempre na vertical, utilizando os vazados dos blocos para as passagens das mangueiras e não sendo permitidos cortes horizontais para a interligação dos pontos.

Os eletrodutos horizontais devem ser embutidos nas lajes ou nos pisos. As caixas de tomadas e interruptores podem ser previamente fixadas nos blocos, que, por sua vez, serão assentadas em posições predeterminadas, conforme indicado nas plantas de elevação das paredes. Após a elevação da alvenaria deve ser feita a passagem das mangueiras furando-se o fundo da canaleta e introduzindo-se a mangueira com o uso de uma guia metálica.

Revestimentos

A absorção superficial dos blocos cerâmicos resulta em ótima aderência aos mais diversos tipos de revestimentos existentes no mercado, além da possibilidade de deixar a alvenaria aparente, com simples tratamento superficial. Dentre algumas opções de revestimentos, destacam-se:

Tipo Utilização
Convencional (chapisco+emboço+reboco) Externa e Interna
Massa única (chapisco+reboco) Externa e Interna
Massa sem chapisco Exclusivamente Interna
Gesso Exclusivamente Interna
Pintura Direta Externa e Interna (tintas apropriadas

Variáveis de controle na produção da alvenaria

De acordo com a norma NBR 15812-2/2010 na execução de alvenaria estrutural de blocos cerâmicos devem ser empregados materiais de nidos na fase de caracterização, em função das especi cações do projeto estrutural e em conformidade com a relação de àreas de envolvimento da
argamassa com os blocos.

Toda a alvenaria estrutural deve passar por controle e deve atender às exigências da tabela abaixo:

Normas Técnicas

ABNT dispões das seguintes normas para o uso de blocos cerâmicos para alvenaria:

NBR 15270:1
Componentes cerâmicos – Parte 1: Blocos cerâmicos para alvenaria de vedação – Terminologia e requisitos.

NBR 15270:2
Componentes cerâmicos – Parte 2: Blocos cerâmicos para alvenaria estrutural – Terminologia e requisitos.

NBR 15270:3
Componentes cerâmicos – Parte 3: Blocos cerâmicos para alvenaria estrutural e de vedação – Métodos de ensaios.